Eu fui um bebê magro. Fui uma criança magra. Fui uma adolescente magra. Quando engravidei do meu primeiro filho engordei 35 kilos e no aniversário do 1 ano dele já estava magra. Perdi muito fácil os 35 kilos, talvez isso tenha sido a minha primeira perdição.Três anos e meio depois nascia minha filhota, e eu havia engordado 30 kilos. Dessa vez, perder peso não foi fácil assim. Precisei fechar a boca com muito mais rigor e no aniversário do primeiro ano dela eu ainda carregava comigo 10 kilos a mais. Eu podia ter continuado a dieta, mas não queria fazer esforço.Primeiro deixei o tempo passar. Eu queria tudo muito fácil, de preferência dado numa bandeja. Depois procurei o caminho mais fácil que foi usar anfetaminas para emagrecer. Não estou criticando quem usa ou precisa usar, mas toda medicação tem que ter controle médico, e não de qualquer especialidade, e sim da especialidade em questão , que é a endocrinologia. Eu não fiz isso. Usei medicação comprada por uma amiga , com três vezes a dose habitualmente recomendada. Aí nós já estamos no ano 2000. Mesmo tomando anfetamina em altas doses , eu continuava comendo, até mais do que antes; porque na verdade eu não estava me esforçando nem um pouco para emagrecer. Mas fórmulas tem tb diuréticos e laxantes, assim a balança me dava uma falsa impressão de que estava perdendo peso, ainda que mais devagar.

Seis meses depois eu estava com um humor do cão. Não tinha paciência com ninguém, brigava por qualquer coisa e chorava à toa, à toa. Aí fui pro médico. Depressão induzida por drogas, esse foi o diagnóstico, além de hipertensão severa tb induzida por drogas e complicada pela obesidade. Em 2001 quando terminou o tratamento da depressão eu estava muito mais gorda de que quando a minha filha tinha nascido. Aí fui pros Vigilantes do Peso. Não fiquei nem 1 mês. Eu não comia uma coxinha de lanche, eu comia 3 ou 4, até passar mal. Quando eu me cansava dessa vida, quando as roupas não entravam, quando todo mundo falava no meu ouvido, lá ia eu reiniciar a RA e sempre sem atividade física. Fui levando essa vidinha até agora. Perdia peso, mas nunca cheguei nem no sobrepeso (IMC). Mas quando perdia, algumas roupas entravam, eu já me achava , começava a comer, uma coisinha aqui, outra ali e depois quando via já estava comendo compulsivamente.

Em outubro de 2007 eu estava gorda e fedida.Sim, fedida. Fumava também. E não era pouco não. Era 1 maço e meio , às vezes 2 por dia.No dia 27/10/2007 resolvi que se não podia ser magra, pelo menos ia parar de cheirar mal. Como sofri com a abstinência do cigarro. Suava frio, passava mal. Desejava o cigarro. Mas desde daquele dia não fumei mais. E o desejo foi diminuindo, o cheiro saiu, mas só Deus sabe como é que por dentro meus pulmões devem estar. Mas foi uma vitória, uma grande vitória que só dependeu de mim. No ínicio desse ano dei todas as minhas roupas de "magra". Achei que não ia mais conseguir emagreçer para caber dentro daquelas roupas.Pensei , se eu perder 10 kilos e as pernas desincharem já está bom. E foi assim até o mês passado.Perdia, ganhava, perdia, ganhava. Veio a comadre, insistiu para que eu começasse a dieta, marido falando, mãe implorando. Eu começei, mas estava vazia, só esperando a próxima derrota.

Mas alguma coisa começou a crescer dentro de mim. Por que eu não posso emagreçer? Por que já tenho 41 anos? Então é melhor correr antes que eu faça 80! Por que não posso? Quem disse que não posso? E decidi que dessa vez eu vou perder peso. E não vou perder 10 kilos pra ficar desinchada coisa nenhuma. Vou perder tudo que tenho que perder e vou ter de novo 60 kilos. Eu venci a abstinência, vou vencer a compulsão.Se eu quero , eu posso. Se eu não fizer nada por mim, ninguém vai fazer. Eu mereço o meu esforço.

Esse post está enorme. Já falei mais do que devia !

Bjs queridas!